Cerca de 200 profissionais
da saúde, entre médicos, enfermeiros e farmacêuticos, estiveram ontem pela
manhã em frente à Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre para protestar
contra o Sindicato dos Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos (Sindiberf).
Os trabalhadores exigem que a patronal reponha a inflação relativa aos anos
2015 e 2016, de 9,91%. Por sua vez, a patronal ofereceu um reajuste de 5%.
Segundo o presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos,
Duchistas, Massagistas e Empregados em Casas de Saúde do Rio Grande do Sul
(SindiSaúde-RS), Arlindo Ritter, a categoria está disposta a negociar.
"Não estamos nem falando em aumento real, que seria bastante merecido,
queremos só a reposição da inflação. Nem ofereceram parcelamento, só a
reposição de 5% em outubro, sendo que a data base é em abril. Não aceitamos e
tentamos voltar a negociar, mas eles não querem", lamenta. Em carta aberta
divulgada ontem, os trabalhadores afirmam que os hospitais se aproveitam do
discurso de crise permanente para realizar "uma política de rotatividade
de mão de obra e precarização de relações de trabalho". Eles também
argumentam que o acréscimo no repasse de recursos representado pelo Incentivo
de Cofinanciamento de Assistência Hospitalar (Ihops), consentido durante o
governo de Tarso Genro, não trouxe benefícios ao trabalhador. "Pelo
contrário, houve demissões, assédio, precarização do trabalho. Temos de
levantar muitos pontos, mas o principal é a luta pela reposição da
inflação", argumenta Ritter. A reportagem do Jornal do Comércio tentou
entrar em contato com a Santa Casa e com o Sindiberf, mas não obteve retorno
até o fechamento da edição.